domingo, 24 de abril de 2011

"Isto é um homicídio," afirma o promotor Walgren e juíz permite a exibição de fotos da autópsia

O juíz Michael Pastor decidiu na última quinta-feira (21) que permitirá a exibição de trechos do filme This Is It por parte da promotoria como prova do bom estado físico e emocional de Jackson nos dias anteriores à sua morte.

"Eu não acho que devemos nos entreter," disse o juíz. "E nem devemos nos sentir lesados nos nossos 99 centavos do iTunes se não ouvirmos a música inteira."

Pastor disse que apenas duas das fotos da autópsia, que mostram o corpo de Jackson deitado na mesa de exames, serão permitidas no julgamento.

Em uma imagem, Jackson está vestido com roupa de paciente de hospital. Na outra, ele está nu, com partes de sua anatomia escurecidas com tarjas, disseram os promotores.

"Embora elas sejam trágicas, não são horríveis ou sangrentas," afirmou o promotor David Walgren.

A defesa havia pedido que as fotos fossem barradas, dizendo que elas emocionariam o júri.

Walgren, porém, foi inflexível sobre a necessidade de mostrar a condição física de Michael Jackson para amparar a alegação da promotoria de que o cantor estava saudável.

"Isto é um homicídio e não podemos fingir que não é homicídio," disse Walgren.

O juíz concordou que as fotos são necessárias. Ele relembrou depoimentos das audiências preliminares onde testemunhas disseram que Jackson estava excessivamente magro e uma testemunha que o descreveu como parecendo ser um paciente de hospício.

Walgren disse estar consciente de que a família de Jackson estará na Corte e disse que as fotos serão cuidadosamente exibidas. Quando ele as mostrou para Pastor, o juíz disse não considerá-las chocantes, como afirmara a defesa.

Em relação aos vídeos, Pastor disse que apenas partes relevantes das apresentações de Earth Song e The Way You Make Me Feel podem ser exibidas ao júri.


Earth Song é um grande tributo ao meio ambiente, que a promotoria afirma ter sido a última gravação de Jackson no dia em que ele morreu.

"O que é permitido é que se exiba Michael Jackson cantando. O que não será permitido serão imagens de uma garotinha bonita e orcas e flores e fauna," disse o juíz.

O advogado de defesa Edward Chernoff objetou à exibição de trechos do filme, alegando que ele foi editado para mostrar Jackson da melhor forma possível.

Em outras questões, Pastor afirmou:

- A promotoria pode trazer várias das namoradas/amantes de Murray para testemunhar no julgamento, mas alguns detalhes sórdidos deverão ser omitidos. Por exemplo, Pastor disse não querer ouvir referências aos clubes de strip aonde Murray conheceu algumas delas.

- Os promotores não podem se referir aos problemas de Murray com pensão alimentícia e a quantos filhos ele tem.

- A defesa não pode falar sobre a condição financeira de Jackson, dizendo que isto tornaria o julgamento em "um circo que inflama o júri e não tem fim."

- Negou o uso de declarações de Murray aos seus profissionais nas quais ele pareceu mudar alguns dos detalhes inicialmente ditos à polícia sobre seu tratamento com Jackson.

O juíz disse que os especialistas não podem agir como "papagaios" para conseguir declarações de "hearsay" (boataria) do acusado perante o júri.

A promotoria sugeriu que se Murray quer contar a sua história, deve fazê-lo depondo em frente ao júri.



Traduzido por Bruno Couto Pórpora
Fonte: AP / Washington Post / KOP Board